terça-feira, 26 de junho de 2012




A problematização da temática sobre a democracia no ambiente escolar é relevante nas práticas de gestão , tendo em vista que, administrar bem os recursos matérias e financeiros e liderar pessoas significa alcançar as metas traçadas pela escola, e atingir, com efeito , as metas da educação que o Brasil já traçou por meio do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação ) 

Segundo Foucault (1999, p.91) se há poder há possibilidade de resistência, pois é uma relação que se pode mudar a qualquer instante. Numa primeira hipótese, pode se dizer que mesmo existindo a vontade de se fazer uma administração transparente e participativa , ainda há mecanismos de resistência à implementação de uma gestão que seja verdadeiramente democrática, e não apenas, um jogo de faz de conta.

Quais serão as mobilizações subjetivas elaboradas pelos sujeitos no cotidiano escolar para a vigência da gestão democrática? 

Para Barros (2005 p.87) há mecanismos que são inobserváveis da atividade. O funcionamento de uma escola não depende só do reconhecimento e cumprimento de procedimentos e regulamentos, é preciso existir mobilizações subjetivas para encontrar caminhos.

Escrever sobre a gestão democrática na escola é importante, ao passo que, evidencia a contribuição das discussões levantadas pelos autores do estudo e trazer, com efeito, o entendimento das questões que perpassam a escola atual.

Há muito tempo vivemos a chamada democratização do espaço escolar, onde se observa uma confiança depositada na gestão participativa no sentido de achar que ela resolve todos os problemas do cotidiano escolar.

Que lugar a gestão democrática ocupa no imaginário dos professores? Quais os espaços-tempos que a escola promove para discussão dessa temática?

O objeto de estudo aqui apresentado são as formas de subjetivação e mecanismos de resistências criadas pelos professores, gestores, alunos e demais agentes escolares no que toca a gestão democrática.

O capitalismo produz formas-subjetividade, modelizações subjetivas que envolvem memória, percepção, sensibilidade, relações sociais, práticas educativas e práticas formativas. Ao mesmo tempo essa modelização se choca com modos de subjetivação singulares que, como tal, é recusa, resistência à ela, construindo outras sensibilidades, outros modos de relações entre os humanos, novos modos de produção da existência. (BARROS E OLIVEIRA, 2008)

As modelizações subjetivas criadas por cada participante do cotidiano escolar pode emperrar a implementação de uma gestão participativa. Esses mecanismos dizem respeito ao não comparecimento às reuniões propostas pela equipe pedagógica e ao descaso demonstrado através de palavras proferidas. Quando surgem as mudanças nas organizações, sempre emergem também os grupos informais, e na escola não é diferente.

Quando os gregos inventaram a democracia, eles não podiam imaginar que um dia esse sistema de governo chegaria ao seu ápice num país chamado Brasil, que aqui, abaixo da linha do equador um operário chegaria à presidência da república.

A democracia tem momentos belos e trágicos, ao mesmo tempo em que ela permite a participação de todos os cidadãos, ela também abre fluxos que favorecem a corrupção. Postado por Marli Andrade

VIGIAR E PUNIR: relações panópticas no cotidiano na escola
Há muitas duvidas sobre qual é a real função do coordenador pedagógico no cotidiano da escola. Muitos problemas que os pedagogos enfrentam hoje têm suas raízes nas idéias que foram historicamente produzidas no que toca a profissão.
A supervisão Educacional evidencia no interior da escola a divisão social do trabalho. A partir dela pode-se observar a ação dos que pensam as políticas relacionadas à educação e a dos que são passivos a essas políticas, ou seja, executam o que foi planejado.

Em relação ao domínio dos saberes disciplinares por parte dos coordenadores , encontramos duas tendências equivocadas: de um lado, os que se acomodam, valendo-se de sua “posição hierárquica “ ou “ em nome da democracia ”, e defendem que quem tem de entender de cada matéria é o professor respectivo, não se colocando o menor desafio de avanço na compreensão das diversas áreas do conhecimento. VASCONCELOS (2006 p.115)
 





A postura dos referidos coordenadores se dá por causa das atitudes discordantes que se perpetuam na escola atual, e só faz por criar confusão no que seja o papel do pedagogo.
A punição e a vigilância, segundo Foucault (1977 ) são poderes destinados a educar  os indivíduos  para que esses cumpram normas e leis de  acordo com a vontade de quem detêm o poder. A vigilância é uma maneira de se observar a vigilância é um poder que atinge os corpos dos indivíduos, seus gestos, seus discursos, suas atividades, sua aprendizagem, sua vida cotidiana.
Na realidade da escola atual  emerge a necessidade de desconstruir todas essas idéias, pois segundo Vasconcelos (2006) o autoritarismo: ser dono da verdade  e o infantalismo: não lutar por seus direitos são pragas que existem no cotidiano escolar. Como forma de superação destes problemas que tipificam o cotidiano escolar é preciso ter capacidade de acolher as diferenças, buscar garantir o clima de respeito.
 Segundo Vasconcelos (2006) A conquista do espaço de trabalho coletivo na escola é um dos grandes entraves elencados pelos coordenadores. A reunião pedagógica semanal e a organização de grupos de estudos são práticas objetivas que podem ajudar a coordenação pedagógica na consolidação de uma educação emancipatória.
Nesse sentido a supervisão educacional deixa para trás o panóptico descrito por Michel Foucault e caminha na construção de uma escola que não almeja só existir, mas que desempenha seu papel para que o serviço educacional prestado tenha boa qualidade, e essa qualidade depende do bom desempenho do coordenador.
REFERÊNCIAS

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1977.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-6pedagógico ao cotidiano da sala de aula, 5a ed. São Paulo.
 postado por Marli da Silva de Andrade 

O papel do coordenador é atuar na formação dos professores


O papel do coordenador é atuar na formação dos professores
Foto: Evangelista Soares Torres da Rocha
Claudeni Passos de Carvalho (à esq.), diretora, e Abenair Soares da Silva (à dir.), coordenadora pedagógica do 1º ao 5º ano da EMEF Carlos Henrique II, em Parauapebas, PA
Um dos obstáculos comuns para o fortalecimento dessa parceria é a ocorrência de imprevistos. "Temos uma agenda de encontros quinzenais que, de acordo com a demanda, se tornam semanais. Porém pode surgir uma reunião na Secretaria de Educação e atrapalhar o cronograma. Quando isso acontece, reorganizamos o calendário e o nosso planejamento para não deixar de fora os encontros da equipe gestora", conta Abenair Soares da Silva, uma das coordenadoras pedagógicas da EMEF Carlos Henrique II, em Parauapebas, a 834 quilômetros de Belém.

Segundo Abenair, ela e as outras coordenadoras redigem pareceres sobre o processo de aprendizagem das turmas e as apresentam nas reuniões de gestores. "Assim, discutimos em grupo se as metas estabelecidas para a rede e na própria escola estão sendo atingidas e, caso não estejam, quais ações devemos implementar para reverter o cenário. Esse debate dá segurança a todos e mais liberdade para conversar sobre o que não vai bem", diz a coordenadora.

Outra conclusão da pesquisa realizada pela FCC é o fato de que os coordenadores tomam para si muitas atribuições que não são de sua responsabilidade. Muitas vezes, isso acontece voluntariamente, por falta de clareza, que eles próprios demonstram não ter sobre os objetivos e os limites de sua atuação. Em outras ocasiões, a sobrecarga ocorre porque o diretor dá ao coordenador tarefas que o afastam da sua atuação de formador, como atender telefonemas e cuidar da burocracia. Na EM Professora Nilda de Carvalho, em Iraquara, a 462 quilômetros de Salvador, esses equívocos são evitados. "A gestão do tempo é um dos assuntos que eu e a coordenadora tratamos em nossos encontros semanais. Fazemos ajustes de planejamento para que ela possa estudar e também receber formação", afirma a diretora, Marisa Barbosa de Oliveira. "Esse processo só é possível quando a direção entende e respeita a atuação do coordenador como formador", ressalta Cláudia Fernandes Rocha, a coordenadora. A equipe gestora ganha em organização e foco; os professores, em apoio para ensinar melhor; e os alunos, em mais condições para aprender.
EMEF Carlos Henrique II, em Parauapebas, PA
"Nos encontros da nossa equipe, as três coordenadoras compartilham informações comigo e com as duas vices-diretoras, como os registros sobre o planejamento dos professores." Claudeni Passos de Carvalho, diretora.
"Sabemos que todo diretor escolar tem responsabilidade sobre os assuntos pedagógicos - afinal, o papel dele é justamente zelar pela qualidade do ensino oferecido aos alunos." Abenair Soares da Silva, coordenadora pedagógica do 1º ao 5º ano.
Postado por Dulcineia O. Costa 6º p.Pedagogia.

Diretor e coordenador:aliança de qualidade


Diretor e coordenador: aliança pela qualidade

Como deve ser a relação entre esses gestores para garantir boas condições de trabalho ao formador

Noêmia Lopes (gestao@atleitor.com.br)
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Foto: Calil Neto
Marisa de Oliveira (à dir.), diretora, e Cláudia Rocha (à esq.), coordenadora pedagógica da EM Professora Nilda de Carvalho, em Iraquara, BA
Em todas as regiões do Brasil, diretores e coordenadores pedagógicos dizem cultivar uma relação harmoniosa e propícia ao bom desenvolvimento das atividades escolares. Essa é uma das conclusões da pesquisa O Coordenador Pedagógico e a Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições, encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC). Contudo, uma das ações mais importantes para que a escola cumpra seu papel de ensinar a todos com qualidade - a formação continuada de professores - ainda necessita de mais atenção por parte da dupla gestora. "Apesar de cada um pensar a gestão sob diferentes perspectivas, ambos têm de compreender que são responsáveis por um mesmo objetivo, que é a aprendizagem", afirma Maura Barbosa, consultora de GESTÃO ESCOLAR.

Para afinar os ponteiros e avançar rumo a esse horizonte comum, é preciso que a direção garanta as condições básicas para a formação continuada (confira no check-list se a escola oferece boa infraestrutura para o coordenador realizar o seu trabalho). Uma delas é a reunião periódica que deve acontecer entre os gestores. O ideal é que os encontros sejam semanais e que aconteçam em um ambiente tranquilo. "Conversar com pressa, em pé, na porta da diretoria, não resolve nada. O ritual dos encontros deve ser encarado com profissionalismo, do começo ao fim. Afinal, trata-se de um momento de tomada de decisões", alerta Maura.

O primeiro passo é estabelecer o cronograma de trabalho e depois pensar nas pautas das reuniões. Não podem ficar de fora temas como: aprendizagem, as demandas dos professores para que possam ensinar melhor, a movimentação dos alunos, os assuntos que devem ser levados ao conselho escolar, o planejamento e o acompanhamento dos projetos institucionais, a condução das reuniões de pais, os formatos escolhidos para divulgar interna e externamente o trabalho da escola e prestar contas à comunidade e as semanas de planejamento e avaliação.

É natural que os aspectos abordados estejam mais ou menos relacionados à atuação de cada um. Torna-se fundamental, portanto, que ambos levem para a discussão todos os elementos que estiverem sob sua alçada. O diretor, por exemplo, pode tabular os números da movimentação escolar (matrículas, frequência, evasão, repetência e distorção idade-série) e compartilhá-los com o coordenador. Já quem trabalha na coordenação costuma estar mais por dentro das questões didáticas e é interessante compartilhar resultados, problemas e dúvidas com a direção.
Parceria na EM Professora Nilda de Carvalho, em Iraquara, BA
"É comum que as pessoas enxerguem o diretor como chefe e fiquem receosas de se aproximar dele. Aqui, temos um trabalho sério para incluir a todos - alunos, equipe e comunidade - nos processos." Marisa de Oliveira, diretora.
"A diretora é a primeira pessoa com quem sento para conversar cada vez que termino um diagnóstico sobre a formação dos professores ou a aprendizagem dos alunos." Cláudia  Rocha, coordenadora pedagógica.
 Publicada por Ducineia O. Costa 6ºp. Pedagogia

Mudanças de função do coordenador com bases legais.


Mudança de função do coordenador com bases legais

Município de Minas Gerais redefine a atividade da coordenação pedagógica e valoriza os momentos de estudo

Verônica Fraidenraich (gestao@atleitor.com.br)
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A falta de uma política de formação continuada dos professores no contexto de trabalho era o principal problema da rede de ensino de Governador Valadares, a 323 quilômetros de Belo Horizonte. Nem todas as escolas tinham um coordenador pedagógico e, nas que havia, ele não era orientado a priorizar os horários de estudo coletivo, ocupando a maior parte do seu tempo com outras questões do cotidiano escolar, como o atendimento de alunos indisciplinados, a substituição de professores e até a compra do gás para não comprometer o preparo da merenda. Isso ocorria porque não existia uma formação diferenciada para esses profissionais, que participavam dos mesmos encontros destinados aos docentes. "Eles tinham apenas algumas reuniões na secretaria, no início do ano, para falar de currículo e outros assuntos gerais", lembra Geni Maria Amorim Aguiar, coordenadora do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação do município.

Assim, os poucos momentos de formação em serviço dependiam muito mais do esforço individual do coordenador do que de um planejamento estruturado e seguido por toda a rede. "Eu programava o encontro sozinha, de acordo com o que achava que era certo. Fazia uma sondagem com os professores para saber o que eles queriam aprender. E ainda encontrava resistência, pois muitos não gostavam da parte teórica", recorda Letician de Vasconcellos, coordenadora pedagógica da EM Vereador Hamilton Teod. Os docentes, por sua vez, trabalhavam cada um a seu jeito, sem sintonia ou direcionamento quanto às práticas didáticas, prejudicando o avanço dos alunos e os processos de ensino e aprendizagem. Todo esse cenário atrapalhava o bom andamento das escolas.
A rotina do coordenadorReestruturação do sistema de ensino em Governador Valadares valoriza o horário da formação
Ilustração: Mario Kanno
- Cada supervisor cuida de 3 escolas (2 urbanas e 1 rural)

Ele visita cada escola uma vez por semana (e troca emails para discutir a pauta da formação e outros assuntos com o CP, chamado de pedagogo)

- Os pedagogos têm carga de 40 horas semanais, sendo:
Atividades de 40 horas
- Há também pedagogos com carga de 22 horas e 30 minutos semanais:
Atividades de 22 horas e 30 minutos
Publicado por Joliane Loyola Falcão,6ºp. Pedagogia

Coordenador Pedagógico :Um profissional em busca de identidade


Coordenador pedagógico: um profissional em busca de identidade

Pesquisa da FVC conclui que a formação de professores começa a ser o foco da atuação do coordenador, mas ele ainda sofre com a falta de apoio

Paola Gentile (pagentile@abril.com.br)
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Foto: Omar Paixão
Em algumas redes de ensino, ele é chamado de orientador, supervisor ou, simplesmente, pedagogo. Em outras, de coordenador pedagógico, que é como GESTÃO ESCOLAR sempre se refere ao profissional responsável pela formação da equipe docente nas escolas. Nas unidades que contam com sua presença, ele faz parte da equipe gestora e é o braço direito do diretor. Num passado não muito remoto, essa figura nem sequer existia. Começou a aparecer nos quadros das Secretarias de Educação quando os responsáveis pelas políticas públicas perceberam que a aprendizagem dos alunos depende diretamente da maneira como o professor ensina.

Diante desse cenário, a Fundação Victor Civita (FVC) decidiu descobrir quem é e o que pensa esse personagem relativamente novo no cenário educacional brasileiro, escolhendo-o como tema de uma pesquisa intitulada O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada de Professores: Intenções, Tensões e Contradições. Realizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), sob a supervisão de Cláudia Davis, o estudo teve a coordenação de Vera Maria Nigro de Souza Placco e de Laurinda Ramalho de Almeida, ambas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e de Vera Lúcia Trevisan de Souza, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Graças a ela, fizemos esta edição especial, com reportagens e seções tratando de temas relativos à coordenação pedagógica.

Uma das principais conclusões da pesquisa é que, apesar de ser um educador com experiência, inclusive na função (saiba mais sobre o perfil desse profissional no quadro abaixo), ainda lhe faltam identidade e segurança para realizar um bom trabalho. Ele se sente muito importante no processo educacional, mas não sabe ao certo como agir na escola frente às demandas e mostra isso por meio de algumas contradições: ao mesmo tempo em que afirma que sua atuação pode contribuir para o aprendizado dos alunos e para a melhoria do trabalho dos professores, não percebe quanto isso faz diferença nos resultados finais da aprendizagem (veja mais no quadro da próxima página). "A identidade profissional se constrói nas relações de trabalho. Ela se constitui na soma da imagem que o profissional tem de si mesmo, das tarefas que toma para si no dia a dia e das expectativas que as outras pessoas com as quais se relaciona têm acerca de seu desempenho", afirma Vera Placco.

postado por Joliane Loyola Falcão 6ºp. Pedagogia