terça-feira, 26 de junho de 2012


VIGIAR E PUNIR: relações panópticas no cotidiano na escola
Há muitas duvidas sobre qual é a real função do coordenador pedagógico no cotidiano da escola. Muitos problemas que os pedagogos enfrentam hoje têm suas raízes nas idéias que foram historicamente produzidas no que toca a profissão.
A supervisão Educacional evidencia no interior da escola a divisão social do trabalho. A partir dela pode-se observar a ação dos que pensam as políticas relacionadas à educação e a dos que são passivos a essas políticas, ou seja, executam o que foi planejado.

Em relação ao domínio dos saberes disciplinares por parte dos coordenadores , encontramos duas tendências equivocadas: de um lado, os que se acomodam, valendo-se de sua “posição hierárquica “ ou “ em nome da democracia ”, e defendem que quem tem de entender de cada matéria é o professor respectivo, não se colocando o menor desafio de avanço na compreensão das diversas áreas do conhecimento. VASCONCELOS (2006 p.115)
 





A postura dos referidos coordenadores se dá por causa das atitudes discordantes que se perpetuam na escola atual, e só faz por criar confusão no que seja o papel do pedagogo.
A punição e a vigilância, segundo Foucault (1977 ) são poderes destinados a educar  os indivíduos  para que esses cumpram normas e leis de  acordo com a vontade de quem detêm o poder. A vigilância é uma maneira de se observar a vigilância é um poder que atinge os corpos dos indivíduos, seus gestos, seus discursos, suas atividades, sua aprendizagem, sua vida cotidiana.
Na realidade da escola atual  emerge a necessidade de desconstruir todas essas idéias, pois segundo Vasconcelos (2006) o autoritarismo: ser dono da verdade  e o infantalismo: não lutar por seus direitos são pragas que existem no cotidiano escolar. Como forma de superação destes problemas que tipificam o cotidiano escolar é preciso ter capacidade de acolher as diferenças, buscar garantir o clima de respeito.
 Segundo Vasconcelos (2006) A conquista do espaço de trabalho coletivo na escola é um dos grandes entraves elencados pelos coordenadores. A reunião pedagógica semanal e a organização de grupos de estudos são práticas objetivas que podem ajudar a coordenação pedagógica na consolidação de uma educação emancipatória.
Nesse sentido a supervisão educacional deixa para trás o panóptico descrito por Michel Foucault e caminha na construção de uma escola que não almeja só existir, mas que desempenha seu papel para que o serviço educacional prestado tenha boa qualidade, e essa qualidade depende do bom desempenho do coordenador.
REFERÊNCIAS

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1977.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-6pedagógico ao cotidiano da sala de aula, 5a ed. São Paulo.
 postado por Marli da Silva de Andrade 

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